TSD Podcast 07 - Mix by Infestus

Comecei a interessar-me por música electrónica por volta dos 14 anos, em 2002.

Primeiro pela produção de instrumentais de hip-hop, e mais tarde
comecei a experimentar com batidas techno e posteriormente dub.

Em 2006 ouvi Dubstep pela primeira vez, mas não o compreendi. Não me
passava pela cabeça que alguém conseguisse sequer dançar este tipo de
música, e não entendia a sua relação com o UK Garage. Nesse mesmo ano
descobri também o som dos Buraka Som Sistema. O momento em que os vi
ao vivo partiu-me a cabeça. Tinha elementos de produção Britânica, mas
tinha uma textura indubitavelmente "ghettotech" africana. Na minha
cabeça as coisas estavam ainda bastante misturadas, tudo tinha 140
bpms e os "hooks" assentavam no sub-baixo.

Comecei então a trilhar o caminho inverso das influências deles, e
regressei ao som de Londres, na mesma altura em que saía o segundo
album de Burial. Fugia completamente ao som dubstep original. As
batida não estavam no tempo, não soavam bem. Quase me fazia lembrar J
Dilla, que teimava em não quantizar a bateria. Foi ai que o meu
interesse pelo cena de dubstep surgiu realmente. Pouco tempo depois
criei um projecto paralelo ao do Infestus, chamado Lisboa Balal, que
se dedica à exploração do Dubstep.

Não tardou que a influência Dubstep e UK Garage se fizesse sentir
também nas minhas produções como Infestus e dj-sets.

A selecção desta mixtape incide sobretudo no dubstep, mas abrange
também Kuduro, Grime, 2-Step Garage, Breakstep e Breakcore e o lado
mais "technoide" do Dubstep. No fundo é uma viagem pela minha
compreensão pessoal da "Bass music".