STEREOSSAURO Farphisas On Fire E.P - OPTIMUS DISCOS

Há uns anos valentes falava-se na “cena” das Caldas da Raínha, mas eram outros tempos e a “cena” construia-se com outras ferramentas. Hoje parece ser possível voltar a falar em tal fenómeno, graças ao trabalho de gente como DJ Ride e, agora, Stereossauro, que os leitores do 33-45 já deverão conhecer das mixtapes «Até Borras-te». Agora surge a sua colaboração na série Optimus Discos com «Farphisas On Fire E.P.» (melhor título da série?), o que não deixa de ser um título irónico pois se a ferramenta predominante da tal cena arcana das Caldas era a guitarra eléctrica, a secundária seria, certamente, o orgão Farfisa…

Da página oficial de Stereossauro na Optimus Discos:

“FARPHISAS ON FIRE”
Há cerca de 8 anos, fui ao Porto com a intenção de comprar umas congas. Quando voltei para casa trazia na mochila uma mesa de mistura de DJ. Até à altura tinha participado em bandas de garagem e estava a começar a experimentar produzir música com o computador e com aparelhagens antigas, com essa ideia, vendi o material que tinha de caça submarina e viajei para o Porto com 60 contos no bolso. Quando cheguei à loja, a noção de que com as congas só poderia tocar percussão foi superada pela ideia de que com o gira-discos poderia manipular todos os sons que tivesse em vinil

A diversidade de hipóteses falou mais alto. Desde então, tenho alimentado a fome de discos velhos em feiras de rua, caves, sótãos, e por aí. Os discos que compro são submetidos a um processo de audição/desconstrução/reconstrução ao qual junto alguns instrumentos e daí têm resultado algumas maquetes e mixtapes. O que começou por ser uma solução economicamente viável para aceder ao maior número de instrumentos possível tornou-se num ideal e num modo de vida.Para fazer este EP contei como sempre com a ajuda do meu bro DJ Ride que para além de tocar sintetizador na faixa 2, participou praticamente em todas as faixas, com uma dica aqui, um FX ali, um fader acolá, além de me emprestar alguns dos seus teclados. Contei também com a ajuda do Espectrocliché, do Skillas e do Size One dos Macacos do Chinês na faixa 4. Já conheço o Cliche e alguns membros dos MDC desde o tempo em que estiveram a estudar nas Caldas da Rainha, e como já trabalho com ele noutros projectos há algum tempo e a interacção com eles foi natural. Não esqueço o apoio fundamental da Plastic Sounds que representa todo o material que utilizo para produzir estas “loucuras”.

Stereossauro

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Mais um grande trabalho da ovelha negra preferida da musica portuguesa